A Síndrome de Irlen (SI) é uma
alteração visuoperceptual, também tem base neurológica e se manifesta com
fotossensibilidade, desfocamento à leitura, restrição do campo periférico, dificuldades na
adaptação a contrastes como, por exemplo, figura-fundo, dificuldade em manter
atenção visual e cefaleias frequentes. Ela está associada a alterações do
córtex visual e déficits do Sistema
Magnocelular, que é parte importante na aquisição de informações do sistema
visual sobre o movimento e fundamental durante
a leitura.
Esta alteração tem um
componente genético e famílias sempre tem outros casos, afetando ambos os sexos
com manifestações variadas e intermitentes, algumas mais leves e outras mais
graves, onde todas as manifestações estão presentes.
A SI afeta todas as
faixas etárias, inclusive 14% de seus portadores são bons leitores com
inteligência superior à média.
A incidência da SI entre disléxicos, portadores de Déficits
de Atenção e Hiperatividade e pessoas que sofreram traumatismos cranianos é bem mais elevada,
oscilando entre 33 a 55% dos casos. Nestes,
ao cuidarmos das manifestações associadas à SI, ocorre sensível melhora
das dificuldades de aprendizado pela facilitação do processamento visual – potencializando
assim as ações das psicopedagogas, fonoaudiólogas e professoras que lidam com
estes pacientes.
A SI é bem conhecida em aproximadamente 40 países e vem
sendo tratada desde meados dos anos 80.
É importante assinalar que as manifestações são
desencadeadas ou agravadas por fatores ambientais estressantes como
luminosidade, contraste, cores, volume elevado de texto por página, pressão
continuada por desempenho, compreensão e tamanho das letras, texto, impressão,
tipo e formato do texto.
Diante do esforço visual, as distorções visuais se instalam,
dificultando a leitura, e podemos observar este fato pela tendência a esfregar
os olhos constantemente, tampar ou fazer sombra sobre o papel durante a
leitura, apertar e piscar os olhos, balançar e tombar a cabeça, cansaço após 10
a 15 minutos de leitura, lacrimejamento, prurido, ardência ocular, preferência
pela penumbra, história familiar de dificuldades escolares; as dores de cabeça
e enxaquecas são uma constante na maioria dos pacientes (82%).
As distorções visuais (desfocamento, linhas brancas em meio ao texto, palavras tremendo
ou sanfonando, rodando) fazem parte do dia a dia e ocorrem sempre que o
estudante lê. O mais importante é que não se pode comparar com o colega ao lado
– que evidentemente pode não estar tendo os mesmos problemas ao ler! E o
indivíduo não relata suas distorções por que nunca leu de outra forma e assume
que todos veem como ele.
Assim entende-se melhor porque um aluno que sabia “tudo”, ao
sair de casa recebe uma nota muito aquém de sua real capacidade e ele mesmo não
entende como isto ocorreu! O déficit não
é de inteligência, mas sim na etapa visual do processamento – se houver
dislexia associada, fica ainda mais difícil, porque outros déficits da rota
fonoaudiológica se justapõem.
A SI pode afetar outras áreas acadêmicas como cópia,
escrita, cálculos matemáticos, soletramento e uso do computador. Atenção,
motivação, concentração e desempenho também podem ser afetados.
Muitas pessoas com SI relatam cansaço, dores de cabeça ou
outros sintomas físicos quando lendo sob a influencia de luzes fluorescentes.
Algumas pessoas com SI não tem consciência de tal distúrbio e
se consideram desajeitadas e descoordenadas, sem se darem conta que estes problemas
são a parte aparente de uma dificuldade mais ampla.
Os sintomas associados com a SI não são detectados por outros testes de percepção, de leitura,
psicopedagógico, avaliação clínica ou oftalmológica; com também não melhoram
com a idade, medicação ou outros tratamentos.
Quando a SI não é diagnosticada os indivíduos podem ser
vistos como tendo problema de comportamento, de atitude, emocional e de
motivação.
Por apresentarem problemas com a luz branca, não conseguem ser
produtivos quando expostos a ela, podendo ser considerados “preguiçosos” ou “displicentes”
ou se sentirem incompetentes.
O TESTE DE IRLEN não é um método de
instrução de leitura ou um substituto ao uso de medicação ou do apoio
multidisciplinar e sim, um método que irá eliminar certa barreira de
aprendizagem, permitindo que o indivíduo progrida com intervenções e instruções
apropriadas.
Os diagnosticadores (screeners) – profissionais capacitados
para a seleção de filtros, utilizando-se dos tais filtros, buscam encontrar a
combinação de cores que irá eliminar apenas os comprimentos de onda
responsáveis pelo stress visual que é a causa dos sintomas que acontecem na
leitura, escrita ou computador e que não se obteve sucesso tratando com lentes
adequadas(uso constante, contínuo e diário) e tratamento ortóptico.
O método Irlen das transparências é uma alternativa de baixo
custo, não invasiva e que não envolve medicamentos.
Fontes:
Dra. Márcia Guimarães – Médica oftalmologista do Hospital de
olhos Dr. Ricardo Guimarães, em Belo Horizonte, MG, com Doutorado em Qualidade
da Visão e Visão de Cores pela UFMG; tem passagens por Pós Graduação no França, Inglaterra e
Estados Unidos; participação em Cursos de Pos Graduação como Professora Assistente, adjunta e Docente
convidada da UFMG e UNIFESP; dedica-se à clinica e pesquisa em Oftalmologia
Clínica e Distúrbios de Aprendizagem relacionados à Visão. (www.dislexiadeleitura.com.br) (http://www.fundacaohospitaldeolhos.com.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=7&Itemid=6
)
Dr. Ricardo Guimarães - Médico oftalmologista e Diretor do Hospital de olhos Dr. Ricardo
Guimarães e Presidente da Fundação Hospital de Olhos, em Belo Horizonte, MG;
Professor da UFMG. (www.dislexiadeleitura.com.br)
Helen H. Irlen - Diretora Executiva do Centro Administrativo
do Instituto Internacional Irlen, uma associação internacional para auxiliar
crianças e adultos com problemas de percepção que afetam a leitura, o
aprendizado e a atenção. Ela é reconhecida internacionalmente pela sua
expertise no campo de percepção e deficiências de percepção.
Irlen é conferencista internacional, com inúmeras palestras ao redor do mundo. Seu método é divulgado em livros, artigos de revistas e jornais, programas de televisão e telejornais. A Dra. Helen Irlen criou após 5 anos de estudos subsidiados pelo governo americano o método Irlen para o tratamento dos distúrbios de aprendizagem e leitura através do uso de filtros espectrofotocromáticos apresentado perante a Associação Americana de Psicologia. Possui mais de 30 anos de experiência no campo de deficiência de aprendizado. Psicóloga escolar, Diretora do Programa de Adultos com Deficiência de Aprendizado da Universidade Estadual da Califórnia - Long Beach e Terapeuta licenciada especialista no trabalho com crianças, adultos e famílias com crianças portadoras de necessidades especiais.
O Instituto Irlen, criado há mais de 20 anos, funciona como centro internacional de apoio e referência aos 70 centros especializados distribuídos por mais de 34 países com cerca de 7000 especialistas treinados em sua aplicação. Sua missão é aumentar o conhecimento sobre as deficiências de percepção e como estas podem afetar a leitura, o aprendizado e a atenção. (www.irlen.com)
Irlen é conferencista internacional, com inúmeras palestras ao redor do mundo. Seu método é divulgado em livros, artigos de revistas e jornais, programas de televisão e telejornais. A Dra. Helen Irlen criou após 5 anos de estudos subsidiados pelo governo americano o método Irlen para o tratamento dos distúrbios de aprendizagem e leitura através do uso de filtros espectrofotocromáticos apresentado perante a Associação Americana de Psicologia. Possui mais de 30 anos de experiência no campo de deficiência de aprendizado. Psicóloga escolar, Diretora do Programa de Adultos com Deficiência de Aprendizado da Universidade Estadual da Califórnia - Long Beach e Terapeuta licenciada especialista no trabalho com crianças, adultos e famílias com crianças portadoras de necessidades especiais.
O Instituto Irlen, criado há mais de 20 anos, funciona como centro internacional de apoio e referência aos 70 centros especializados distribuídos por mais de 34 países com cerca de 7000 especialistas treinados em sua aplicação. Sua missão é aumentar o conhecimento sobre as deficiências de percepção e como estas podem afetar a leitura, o aprendizado e a atenção. (www.irlen.com)