excelente escrito pela Presidente do CBOrt, Andrea Pulchinelli Ferrari
Ortóptica alinhada com a Oftalmologia 73
Jornal Oftalmológico Jota Zero
Março/Abril 2011
Ortóptica alinhada com a Oftalmologia
“Procuro ortoptista!”. Há algum
tempo sou questionada a respeito.
Pacientes e médicos
procuram com frequência o
profissional. Para algumas regiões do país
temos conseguido suprir, mas não tem sido
uma tarefa fácil!
Acredito que sempre vale a pena repetir
que o ortoptista atua no Brasil desde 1947.
Ao longo destas décadas mudanças aconteceram
no perfil profissional como esperado
na maioria das categorias, especialmente nas
profissões da área da saúde. Hoje buscamos,
além de visibilidade e reconhecimento, a
formação de profissionais, a graduação de
ortoptistas.Temos apenas um curso de formação
em todo Brasil e esta realidade precisa
ser modificada.
Incansavelmente ressalto que a parceria
reconhecida e divulgada com médicos
oftalmologistas tem alavancado de maneira
exemplar todas as nossas buscas. O espaço
que nos foi dado nesta publicação, nossa
participação nos congressos brasileiros de
oftalmologia, a participação de oftalmologistas
e do CBO também nos nossos eventos e
principalmente o apoio em projetos. A tudo
isso eu agradeço em nome da classe que
atualmente represento.
De uns anos para cá nós até respiramos
aliviadas e satisfeitas pelo reconhecimento
mas é motivo de constante preocupação a
falta de profissionais para a oferta no mercado
de trabalho. Há alguns anos sabíamos que
chegaríamos neste tempo e que teríamos dificuldade
em preencher as vagas disponíveis
para ortoptistas. O CBOrt, único órgão representativo
da classe no Brasil, tenta cobrir
esta procura principalmente em São Paulo
mas nem sempre consegue. Temos um reduzido
número de profissionais que se formam
anualmente: apenas uma oferta de formação
no Brasil, o curso de Ortóptica do IBMR Laureate
no Rio de Janeiro, é insuficiente! Precisamos
urgentemente graduar profissionais
neste país e especialmente em São Paulo,
cidade ironicamente rotulada como o berço
da Ortóptica no Brasil e que vem apresentando
ofertas que terminam sem soluções
satisfatórias para as três partes diretamente
envolvidas: o ortoptista, o oftalmologista
e de maneira desumana o
paciente. Temos casos
isolados onde ocorre a
substituição por profissionais
não habilitados, mascarando
por exemplo, o tão
conhecido procedimento:
o Teste Ortóptico. Talvez
isto seja justificado pelos
valores vergonhosamente
reduzidos que os planos de
saúde oferecem por este
exame especificamente.
Nesta questão todos nós
temos que admitir que esta
insatisfação extrapola os
muros desta matéria e atinge
dimensão nacional tão
debatida atualmente. Fato
que há décadas este trabalho
em parceria tem colhido
bons frutos em hospitais e
consultórios, realmente em
sintonia. O suspiro aliviado
vem quando nós, ortoptistas,
tomamos conhecimento
da importância que os
oftalmologistas conferem
ao nosso exame, solicitando “Teste Ortóptico
realizado por ORTOPTISTA”. Seria quase
uma figura de linguagem!
Agradeço à maioria dos oftalmologistas
pelo reconhecimento e confiança depositadas
no nosso trabalho ao longo destas décadas!
Agradeço especialmente agora as palavras
escritas pelo presidente do CBO, Prof.Dr.Paulo
Augusto de Arruda Mello, que enriqueceram
nosso boletim informativo deste ano. Tenho
enorme satisfação em reproduzi-las:
Por Andrea Pulchinelli Ferrari
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Jornal Oftalmológico Jota Zero
Março/Abril 2011
E respondo que
SIM em nome de
toda a classe!
Nós, ortoptistas,
aceitamos o
convite (desafio)
que nos fora
proposto!
Convite (e desafio) aos colegas profissionais de Ortóptica
A parceria entre os profissionais de Ortóptica e os médicos oftalmologistas,
sedimentada há décadas, torna-se hoje mais necessária para proporcionar melhor
qualidade de vida aos pacientes e para agregar valor social ao trabalho realizado
conjunto em benefício da saúde ocular.
Os desafios que precisamos enfrentar são grandes. Assim, por exemplo, o
tratamento dos distúrbios da visão binocular, mesmo com toda a complexidade
que lhe é inerente, nem sempre é valorizado e avaliado corretamente com ofator
importante para a melhor interação entre o paciente e o mundo que o cerca e como
fator fundamental, no caso de crianças, para o processo de formação e educação.
Os ortoptistas, que contribuem de forma decisiva com os médicos oftalmologistas
na promoção da visão binocular através de tratamentos de estimulação sensoriomotora,
por vezes não têm o devido reconhecimento e encontram dificuldades
em estabelecer parâmetros e para exercerem as atividades para as quais estão
preparados em toda sua plenitude.
Hoje, a parceria existente entre nossas categorias profissionais e nossas entidades
representativas é mais do que evidente. A própria publicação deste artigo
do presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia no órgão de divulgação do
CBOrt é prova desta perfeita integração, que começa nas clínicas e consultórios
e chega até a atuação conjunta dos dois conselhos em benefício da saúde ocular.
Porém, temos que avançar. Temos que utilizar a parceria e a integração que
construímos para elaborar propostas e ações para enfrentar as perturbações do
desenvolvimento sensoriomotorocular causadoras de distúrbios da visão, como a
ambliopia não mais apenas de forma individualizada em clínicas e consultórios,
mas com a necessária dimensão social. Para isto precisamos refletir e planejar
ações de esclarecimento da população e prevenção de tais distúrbios.
Caso alcancemos este patamar de ação conjunta, no qual as prerrogativas de
cada profissional sejam mostradas para a sociedade e suas respectivas importâncias
ressaltadas para a disseminação da saúde ocular entre todos os brasileiros,
todos nós sairemos ganhando, principalmente nosso paciente, objetivo maior de
nossa atuação.
Este é o meu convite aos profissionais de Ortóptica, convite este que representa
o reconhecimento do trabalho de nossos parceiros e da importância cada
vez maior que nossa atuação conjunta adquire: vamos pensar em formas para dar
dimensão social aos trabalhos que realizamos!
Prof. Dr. Paulo Augusto de Arruda Mello
Presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia
Andrea Pulchinelli Ferrari
Presidente do Conselho Brasileiro de Ortóptica
fonte: http://www.cbo.com.br/novo/medico/pdf/jo/ed136/15.pdf
Contato apenas por email: clhgg170461@gmail.com