O que é Visão Subnormal e quais podem ser as causas
Visão subnormal ou baixa visão é um comprometimento da função visual que impossibilita uma visão útil para os afazeres habituais, mesmo após tratamento e/ou correção dos erros refrativos comuns como uso de óculos, lentes de contato ou implante de lentes intra-oculares.
Considera-se com visão subnormal a pessoa que apresenta 20% ou menos do que chamamos visão normal (AV 20/20) . Este problema pode ser acompanhado de uma alteração do campo visual, ou seja, a pessoa pode enxergar como se estivesse vendo por dentro de um tubo (ausência ou diminuição da visão periférica) ou com uma mancha escura na parte central da visão quando a pessoa tenta fixá-la em um objeto (ausência ou diminuição da visão central).
A visão subnormal não deve ser confundida com a cegueira, pois o portador de visão subnormal tem uma visão útil e é capaz de ler tipos impressos ampliados com auxílios ópticos, que são aparelhos especiais que ampliam consideravelmente a visão.
Segundo a Sociedade Brasileira de Visão Subnormal, 70 a 80% das crianças diagnosticadas como cegas possuem alguma visão útil. Em países em desenvolvimento a prevalência de cegueira infantil é de 1 a 1,5 para cada mil crianças. A prevalência de visão subnormal é três vezes maior (estimativa da Organização Mundial de Saúde - OMS).
As causas mais comuns da visão subnormal em crianças são congênitas (presentes no nascimento) como nos casos de corioretinite macular por toxoplasmose, catarata congênita, glaucoma congênito, atrofia congênita de Leber e outras. A prematuridade também pode gerar deficiência visual e desencadear visão subnormal.
A baixa visão também pode ser adquirida por doenças como diabetes, descolamento de retina, glaucoma, catarata, traumas oculares e degeneração sinil de mácula, ou seja, envelhecimento da retina (tecido sensível à luz no fundo do olho). Esta degeneração ocorre apenas em pacientes idosos.
É importante salientar que, apesar de ser mais freqüente em idosos, a visão subnormal pode acontecer em qualquer idade.
Diferentes tipos de visão subnormal
A visão subnormal pode diferenciar-se segundo a época do aparecimento (logo após o nascimento, ou adquirida ao longo da vida). As pessoas que nascem com este problema têm diferentes necessidades em relação àquelas que a desenvolvem mais tarde.
Existem dois tipos de visão subnormal; a que reduz a visão central e a que reduz a visão periférica. A visão central reduzida é a diminuição da visão dos detalhes e é o tipo mais comumente encontrado. Já a visão periférica reduzida pode apresentar-se como redução ou perda da visão de cores, incapacidade de o olho ajustar-se à luz, contraste e brilho; problemas presentes em pessoas com glaucoma ou retinose pigmentária.
Tratamento: a importância da integração dos especialistas
Existe uma tendência de considerar como cega toda a pessoa que possui uma acentuada limitação visual. Isso normalmente ocorre porque, para muitos, ser cego é mais cômodo, exige menos esforço. No entanto, a visão subnormal tem tratamento e o acompanhamento, quando realizado por profissionais competentes, pode ajudar o paciente a desenvolver eficientemente esta visão residual, ampliando suas possibilidades de integração social e intelectual, bem como a sua própria liberdade de ser e agir.
Na criança, a detecção da doença e a intervenção com um acompanhamento integrado é ainda mais importante, pois o estímulo visual está intimamente ligado ao seu desenvolvimento motor. É muito importante detectar a deficiência o mais cedo possível, realizando a intervenção precoce para não acarretar deficits futuros para a criança.
Nos nossos serviços, o trabalho de auxílio à visão subnormal é realizado por uma equipe multidisciplinar de especialistas de nível superior composta por oftalmopediatra, ortoptista, terapeuta ocupacional e psicólogos. Estes especialistas atuam em conjunto e acompanham todo o desenvolvimento do paciente, encaminhando-o conforme suas necessidades particulares.
As necessidades e dificuldades variam de pessoa para pessoa. Portanto, é fundamental que o paciente conheça exatamente os limites causados por sua doença, assim como as funções dos auxílios ópticos, para que obtenha o melhor resultado.
O papel do oftalmologista
O oftalmologista é o primeiro especialista a examinar a criança. É ele quem reconhece o tipo de doença apresentado, avalia se não existe nenhum outro recurso para recuperar a visão (cirurgia, grau, laser e outros). Confirmado o diagnóstico, a criança é encaminhada ao Setor de Visão Subnormal do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem.
O papel do ortoptista
O ortoptista é o especialista que testa e adapta os Auxílios Ópticos mais indicados ao paciente, conforme sua patologia e necessidades. Nesta adaptação é feito um treinamento monitorado. Este treinamento é repetido até que o paciente se sinta seguro em manipular os auxílios ópticos.
O papel do terapeuta ocupacional
O trabalho do terapeuta ocupacional visa estimular a criança (ou adulto) a utilizar ao máximo sua visão residual, facilitando o desempenho e a integração em seu meio social (família, escola e outros).
O terapeuta ocupacional especializado em deficiência visual desenvolve um trabalho de reabilitação visual realizando as seguintes ações:
-avaliação do desenvolvimento visual, motor, cognitivo, linguagem, cuidados próprios;
-estimulação visual precoce;
-treinamento de auxílios ópticos para atividades da vida diária;
O papel do psicólogo
O acompanhamento é realizado por especialistas em pessoas com necessidades especiais e em terapia familiar. O trabalho tem como funções:
-prevenção: palestras e atendimento à família e a grupos de famílias;
-intervenção na crise: atendimento emergencial a pacientes e familiares;
-trabalho global: prioriza a dinâmica familiar mais do que individual;
-terapêutica: individual ou em grupo;
-integrado: em parceria com a terapêutica médica.
FONTE: http://www.oftalmopediatria.com.br
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